Por: Julia Ramos M. Leite
02/08/10 - 19h38
InfoMoney
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SÃO PAULO – O Credit Suisse elevou sua recomendação e preço-alvo para os ADRs (American Depositary Receipts) da Embraer (EMBR3), considerando que os recentes anúncios de pedidos de jatos feitos pela empresa indicam uma reversão de ciclo para a companhia, com melhora na rentabilidade e expansão das receitas. O novo target é de US$ 37, com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado nos próximos 12 meses).
“Acreditamos que a Embraer está entrando em um novo ciclo, apoiada em uma carteira de pedidos firmes a entregar (backlog) em expansão e um momentum de ganhos”, apontaram Luiz Otavio Campos, Taryn Silvestre e Natalia Lacava, destacando que os anúncios feitos no Air Show – que incluíram contratos com a Flybe, Air Lease e Republican Airlines – mostram que a empresa ainda tem uma posição de liderança entre pequenos jatos comerciais. A Embraer foi a companhia que teve mais pedidos entre todos os players e, em seu segmento, a única que recebeu pedidos consideráveis.
Com isso, o banco suíço afirma que o backlog deve reverter a tendência de queda que tem sido vista desde 2008, devendo já mostrar avanço no terceiro trimestre. “Considerando todos os contratos, além dos pedidos da FAB (Força Aérea Brasileira), o backlog pode encerrar 2010 com alta de quase 20% frente ao visto no final do segundo trimestre”, explicam os analistas.
ConcorrênciaOs contratos também ajudaram a dissipar temores de que a companhia estaria ficando para trás no setor, com novas tecnologias dominando as carteiras de pedidos. Isso, contudo, não aconteceu, já que ainda há dúvidas a respeito de como – e se – ela funciona e sua eficiência.
Ademais, os analistas lembram que o timing não favorece as novas tecnologias. “Todas elas têm registrado atrasos, e mesmo o Superjet 100, cuja primeira unidade deveria ter sido entregue em 2009, ainda não aconteceu”, afirmam. “A Embraer sempre disse que não estava ficando ultrapassada”. Mesmo no segmento de jatos executivos, mais competitivo, o Credit Suisse frisa que os produtos da Embraer têm sido bem aceitos, e que a empresa fechou 2009 com um market share de 6,4%, uma alta de 230 pontos-base na comparação anual.
Apesar disso, os analistas destacam que a empresa terá que fazer mudanças no curto/ médio prazo para se manter na liderança mundial do setor. O Credit Suisse explica que há três estratégias para isso: anunciar um novo motor para o jato E-190, estender o jato E-195 ou partir para uma nova aeronave que seja adequada para os novos motores e possa competir com a família 737/A320. “Em nossa opinião, a empresa deve lançar uma nova versão do E-190 e anunciar um jato maior, o que permitiria que a companhia continuasse competitiva em seu mercado tradicional e expandisse sua atuação”, afirmam.
Perspectivas e driversO trio de analistas destaca ainda a possibilidade de novos contratos de tamanho considerável – um exemplo é a Pantanal, que anunciará nos próximos dois meses seu plano em relação à frota nos próximos anos. “Acreditamos que o jato E-170/175 da Embraer tem grandes chances de ser escolhido”, afirmam.
Além disso, o Credit Suisse vê possíveis novos pedidos da Ásia, levando em conta o acordo de financiamento entre a Embraer e a China CDB Leasing Company. Outro ponto positivo no horizonte da companhia é a aceleração do tráfego aéreo global, que pode beneficiar a empresa – que, na visão do banco, está melhor posicionada depois de pesados investimentos em sua produção. “Entretanto, o lento ritmo europeu é negativo para a empresa, já que grande parte de seu backlog é exposto à região”, apontam os analistas.
Os resultados da companhia no segundo trimestre também podem surpreender e agir como driver para as ações da empresa. “Finalmente, o valuation está atrativo”, escrevem os analistas.
Projeções“Estamos elevando nossas estimativas para a companhia em 2010, com as entregas de jato surpreendendo no primeiro semestre, o real menos valorizado e uma estrutura de custos melhor”, escrevem os analistas. Assim, o banco suíço agora espera que a receita líquida da Embraer atinja US$ 5,088 bilhões no ano, e o Ebit avance para US$ 353 milhões no ano. O lucro líquido, por sua vez, foi ajustado em 5,4%, para US$ 230 milhões no ano.
O segundo semestre de 2010, por sua vez, deve mostrar uma aceleração nas entregas de jatos e receitas maiores em relação a primeira metade do ano. Para 2011, o número esperado de aeronaves entregues subiu para 262 (projeção anterior era de 252), o que deve impulsionar as receitas em 5%, para US$ 6,012 bilhões, e o lucro para US$ 400 milhões.
Cabe dizer que as projeções do banco não incluem os jatos ligados à área militar que serão provavelmente encomendados pela FAB por falta de visibilidade sobre o cronograma do projeto. “Ainda vemos um risco de upside para nossas projeções, mas preferimos esperar alguns trimestres para incorporar margens mais agressivas para a Embraer”, concluem os analistas do Credit Suisse.
“Acreditamos que a Embraer está entrando em um novo ciclo, apoiada em uma carteira de pedidos firmes a entregar (backlog) em expansão e um momentum de ganhos”, apontaram Luiz Otavio Campos, Taryn Silvestre e Natalia Lacava, destacando que os anúncios feitos no Air Show – que incluíram contratos com a Flybe, Air Lease e Republican Airlines
Com isso, o banco suíço afirma que o backlog deve reverter a tendência de queda que tem sido vista desde 2008, devendo já mostrar avanço no terceiro trimestre. “Considerando todos os contratos, além dos pedidos da FAB (Força Aérea Brasileira), o backlog pode encerrar 2010 com alta de quase 20% frente ao visto no final do segundo trimestre”, explicam os analistas.
ConcorrênciaOs contratos também ajudaram a dissipar temores de que a companhia estaria ficando para trás no setor, com novas tecnologias dominando as carteiras de pedidos. Isso, contudo, não aconteceu, já que ainda há dúvidas a respeito de como – e se – ela funciona e sua eficiência.
Ademais, os analistas lembram que o timing não favorece as novas tecnologias. “Todas elas têm registrado atrasos, e mesmo o Superjet 100, cuja primeira unidade deveria ter sido entregue em 2009, ainda não aconteceu”, afirmam. “A Embraer sempre disse que não estava ficando ultrapassada”. Mesmo no segmento de jatos executivos, mais competitivo, o Credit Suisse frisa que os produtos da Embraer têm sido bem aceitos, e que a empresa fechou 2009 com um market share de 6,4%, uma alta de 230 pontos-base na comparação anual.
Apesar disso, os analistas destacam que a empresa terá que fazer mudanças no curto/ médio prazo para se manter na liderança mundial do setor. O Credit Suisse explica que há três estratégias para isso: anunciar um novo motor para o jato E-190, estender o jato E-195 ou partir para uma nova aeronave que seja adequada para os novos motores e possa competir com a família 737/A320. “Em nossa opinião, a empresa deve lançar uma nova versão do E-190 e anunciar um jato maior, o que permitiria que a companhia continuasse competitiva em seu mercado tradicional e expandisse sua atuação”, afirmam.
Perspectivas e driversO trio de analistas destaca ainda a possibilidade de novos contratos de tamanho considerável – um exemplo é a Pantanal, que anunciará nos próximos dois meses seu plano em relação à frota nos próximos anos. “Acreditamos que o jato E-170/175 da Embraer tem grandes chances de ser escolhido”, afirmam.
Além disso, o Credit Suisse vê possíveis novos pedidos da Ásia, levando em conta o acordo de financiamento entre a Embraer e a China CDB Leasing Company. Outro ponto positivo no horizonte da companhia é a aceleração do tráfego aéreo global, que pode beneficiar a empresa – que, na visão do banco, está melhor posicionada depois de pesados investimentos em sua produção. “Entretanto, o lento ritmo europeu é negativo para a empresa, já que grande parte de seu backlog é exposto à região”, apontam os analistas.
Os resultados da companhia no segundo trimestre também podem surpreender e agir como driver para as ações da empresa. “Finalmente, o valuation está atrativo”, escrevem os analistas.
Projeções“Estamos elevando nossas estimativas para a companhia em 2010, com as entregas de jato surpreendendo no primeiro semestre, o real menos valorizado e uma estrutura de custos melhor”, escrevem os analistas. Assim, o banco suíço agora espera que a receita líquida da Embraer atinja US$ 5,088 bilhões no ano, e o Ebit avance para US$ 353 milhões no ano. O lucro líquido, por sua vez, foi ajustado em 5,4%, para US$ 230 milhões no ano.
O segundo semestre de 2010, por sua vez, deve mostrar uma aceleração nas entregas de jatos e receitas maiores em relação a primeira metade do ano. Para 2011, o número esperado de aeronaves entregues subiu para 262 (projeção anterior era de 252), o que deve impulsionar as receitas em 5%, para US$ 6,012 bilhões, e o lucro para US$ 400 milhões.
Cabe dizer que as projeções do banco não incluem os jatos ligados à área militar que serão provavelmente encomendados pela FAB por falta de visibilidade sobre o cronograma do projeto. “Ainda vemos um risco de upside para nossas projeções, mas preferimos esperar alguns trimestres para incorporar margens mais agressivas para a Embraer”, concluem os analistas do Credit Suisse.