segunda-feira, 19 de julho de 2010

CREDIT REVISA PREÇOS-ALVOS DE SIDERÚRGICAS E MINERADORAS BRASILEIRAS

São Paulo, 19 - O Credit Suisse reduziu os preços-alvos dos papéis da Vale, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e MMX, mas manteve a recomendação de outperform (acima da média do mercado) em relatório divulgado hoje. No caso da Usiminas, o banco continuou com a recomendação de neutral (na média do mercado) e elevou o preço-alvo. Para a Gerdau, o Credit aumentou o preço-alvo e manteve a recomendação de outperform.

O preço-alvo estimado para os American Depositary Receipts (ADRs) da Vale passou de US$ 42 para US$ 36. O novo preço-alvo representa potencial de valorização para os ADRs da Vale de 48% em relação ao fechamento de 16 de julho. A projeção de lucro líquido da Vale em 2010 ficou 31,4% menor, a de receita líquida caiu 19,3% e a da geração de caixa medida pelo Ebitda, foi reduzida em 28,9%.

Na revisão do preço-alvo para os ADRs da Vale, o banco incorporou a nova curva de preços do minério de ferro. O Credit Suisse reduziu o preço esperado para a commodity em 16% em 2010, em 19,4% em 2011 e em 2,8% em 2012. A estimativa de embarques de minério em 2010, incluindo finos e pelotas, passou de 301 milhões de toneladas para 280 milhões de toneladas.

Conforme o Credit, após o fim do verão do Hemisfério Norte, pode haver reestocagem de minério. Isso pode sustentar os preços das ações. No quarto trimestre, porém, pode haver novo enfraquecimento devido à produção chinesa de ferro-gusa mais lenta esperada para o segundo semestre e a retomada do fornecimento da matéria-prima pela Índia, após a temporada das monções. O banco de investimentos afirmou que mantém sua expectativa otimista para o minério de ferro nos próximos três anos.

CSN

No caso da CSN, o preço-alvo da ação foi reduzido de R$ 42 para R$ 37, o que significa potencial de alta de 43%. Na revisão, o banco de investimentos levou em conta menores embarques de minério nos próximos anos, refletindo o atraso na expansão do Porto de Itaguaí e a incorporação da nova curva de preços para o minério. O Credit informou que gosta do perfil integrado de negócios da CSN, com equilibrado mix entre aço, no qual a companhia está ganhando participação no mercado interno, minério, logística e o negócio de cimento.

Para a ação da Usiminas, o preço-alvo passou de R$ 54 para R$ 59. A revisão dos planos da companhia para os ativos de minério de ferro e os novos preços da matéria-prima estão entre os fatores que levaram à mudança de projeção. O potencial de valorização dos papéis é de 24%. No caso da MMX, o Credit Suisse reduziu o preço-alvo de R$ 21 para R$ 20, com potencial de valorização de 94%.

O preço-alvo para a ação da Gerdau passou de R$ 34 para R$ 35. O potencial de valorização para o papel é de 52%. O banco elevou sua projeção de demanda de aços longos no mercado doméstico e de aços especiais e sua estimativa do preço interno do insumo. A demanda por longos será impulsionada principalmente pelos setores de construção civil e bens de capital. O Credit comenta também que a compra pela Gerdau das ações que ainda não detinha na Gerdau Ameristeel é sinal claro de confiança na recuperação dos Estados Unidos.
(Chiara Quintão)

Fonte: AE Broadcast