terça-feira, 30 de março de 2010

Corretora avalia PAC-2 e comenta ações e setores que devem se beneficiar

Por: Valter Outeiro da Silveira
30/03/10 - 16h25
InfoMoney


SÃO PAULO – Diante do anúncio da segunda fase do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última segunda-feira (29), a Itaú Corretora publicou relatório sobre o tema. A equipe de análise formada por Carlos Constantini, Marcelo Brisac, Cida Souza e Susana Salaru acredita que as maiores beneficiadas provavelmente serão empresas que procuram investir na geração de energia e na concessão de rodovias, à medida que deverão aproveitar as condições favoráveis de financiamento.

No primeiro grupo, os analistas citam os seguintes nomes: Tractebel (TBLE3), Eletrobrás (ELET3, ELET6), Cemig (CMIG4) e CPFL Energia (CPFE3). Inseridas no segundo nicho aparecem CCR (CCRO3) e OHL Brasil (OHLB3).

Mercado espera“Por outro lado, olhando para a execução do primeiro PAC, acreditamos que o mercado deverá esperar para que o governo pegue o peixe antes de fritá-lo”, avaliam os analistas, em referência aos atrasos nas obras do PAC inicial, que está apenas 40,3% completo a nove meses do prazo final.

Mais adiante no relatório, a Itaú Corretora ressalta que a segunda fase do PAC poderá pesar no lado fiscal. Contudo, a maioria dos investimentos deverá ser concedida pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), não afetando as contas públicas, conforme a equipe de research.
Além disso, o banco acredita que o PAC poderá ser revisado em 2011 caso a oposição vença as eleições presidenciais deste ano.

Com energia, sem educação e transporte
Para os analistas, há três premissas necessárias para o Brasil manter o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto): investimentos em infraestrutura, geração de energia e capital humano. “O plano apresentado pelo governo obtém sucesso no desafio da geração de energia, mas deixa de lado o transporte e a educação”.
Com somente R$ 11,7 bilhões destinados à educação, a Itaú Corretora avalia que o governo investe pouco na formação de seus cidadãos. Outros dois pontos ressaltados negativamente pelos analistas foram os poucos investimentos na construção de portos e de aeroportos.

Do lado positivo, o banco destaca os US$ 16 bilhões por ano a serem destinados para a geração de energia, cifra “consideravelmente mais alta do que os US$ 10 bilhões que achamos necessários para manter o crescimento da demanda”, completam os analistas. Nesse sentido, a equipe de research acredita que os preços de eletricidade no País deverão diminuir com os maiores investimentos.

Primeiro PAC
Por último, os analistas direcionam o olhar para o desenvolvimento do primeiro PAC, listando quais investimentos estão em dia e quais são os atrasados.

A corretora destaca positivamente o programa “Minha casa, minha vida”, que resultou no progresso de 66,4% dos investimentos do primeiro PAC em habitação. Contudo, os dispêndios logísticos e em energia possuem 41,1 % e 24% das metas cumpridas, respectivamente.