terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Goldman Sachs rebaixa preço-alvo da ALL, diante de incertezas da Brado

Por: Equipe InfoMoney
04/01/11 - 15h02
InfoMoney


SÃO PAULO - Com base nas incertezas que ainda cercam a criação da Brado - empresa que atuará no transporte de contêineres - no curto prazo e nas poucas informações disponíveis até agora, o Goldman Sachs diminuiu o preço-alvo de doze meses para os papéis da ALL (ALLL3), que foi de R$ 18,20 para R$ 17,80, o que representa um potencial de valorização de 16,7%, com base no fechamento anterior. 


Ponderando acerca dos ganhos decorrentes da Brado, os analistasdo banco acreditam que a contribuição da recém-criada empresa será pequena para a ALL no curto prazo, diante de um cenário desafiador. Assim, eles consideraram "muito cedo" para incluir a empresa de contêineres no valuation e nas estimativas da ALL, principalmente porque há riscos de execução envolvidos, bem como incertezas de financiamento e informações limitadas. 


Os analistas do banco, Eduardo Siffert Couto e Tais Correa, mantiveram a recomendação neutra em relação às ações da empresa.

Estimativas
Porém, os analistas acreditam que apesar das dificuldades no curto prazo, a criação da Brado é positiva na longo prazo. Segundo o Goldman, dado que a Brado pode atingir um market share de 12% nos próximos cinco anos, as novas projeções indicam que as receitas poderiam chegar a R$ 1 bilhão, e o Ebitda (geração operacional de caixa) a R$ 309 milhões até 2016, sendo que 52% das receitas deve vir do transporte de contêineres e 48% da manipulação e armazenagem.


Vale lembrar que a ALL anunciou, em 20 de dezembro, a celebração de um acordo que resultou na criação da Brado Logística, a qual fará a incorporação da Standard Logística para atuar no mercado de transporte de contêineres, se tornando um agente consolidador no segmento. 


Riscos
Segundo a dupla de análise, os principais riscos para a empresa são o impacto da atividade econômica sobre os volumes de produção industrial e possíveis alterações nos volumes agrícolas, que podem ser provocadas por mudanças climáticas.



Além disso, os analistas destacaram os riscos para a safra agrícola deste ano, como possibilidade de atraso no plantio, o que pode afetar o resultado do primeiro semestre da empresa, uma vez que, tratando-se de uma companhia de transportes, a diminuição da colheita deve levar à queda de pedidos para o tipo de serviço prestado.