sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Fechamento de Mercado

Entre China e G-20, Ibovespa cai 0,62% e marca a terceira baixa consecutiva



Por: Anderson Figo
11/11/10 - 19h29
InfoMoney


SÃO PAULO - O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (11) em baixa de 0,62%, a 71.195 pontos - esta foi a terceira queda consecutiva do índice. Indicadores econômicos chineses contaminaram o humor dos investidores, em dia marcado pelo início da reunião do G-20, em Seul, na Coreia do Sul, e por diversas declarações acerca do mercado cambial e do caso PanAmericano. O volume financeiro ficou em R$ 5,99 bilhões.


No encontro das principais autoridades do globo, a flexibilização da política cambial chinesa deve ser um dos principais pontos a serem discutidos. Na véspera, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que levaria à cúpula do G-20 uma proposta de substituição do dólar como principal moeda nas transações internacionais. Já nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que “não dá para continuar do jeito que está com a guerra cambial".


Outra autoridade a falar foi o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmando que o uso do Direito Especial de Saque (espécie de moeda emitida pelo FMI) como reserva poderia ser positivo, mas tem como barreira a falta de liquidez desse ativo no mercado. A delegação brasileira presente na reunião da cúpula busca o que os analistas do mercado julgam ser quase impossível: um acordo consensual entre os participantes no sentido de promover ações integradas ao invés das medidas unilaterais.


A Petrobras divulgou seu resultado do terceiro trimestre nesta noite. A estatal lucrou R$ 8,566 bilhões entre julho e setembro - um avanço de 7,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. As receitas da estatal, por sua vez, somavam R$ 54,739 bilhões ao final do trimestre, indicando alta de 14% na mesma base comparativa. Já o Ebitda da companhia ficou em R$ 14,736 bilhões no período, variação positiva de 4,65% na comparação anual.


Destaques da Bolsa
Entre os principais destaques de baixa do Ibovespa nesta quinta, os investidores parecem não ter recebido positivamente os resultados da CPFL Energia, que registrou crescimento de 33,8% nos ganhos trimestrais, enquanto o Ebitda (geração operacional de caixa) saltou em 21,9% frente a 2009. Outras empresas do setor elétrico, como a Cemig, também recuaram.

Outra empresa que soltou resultado na noite passada e aparece entre os destaques negativos do Ibovespa no pregão é a OGX.


Além disso, ainda nesta data os investidores conhecerão os números contábeis da Petrobras referentes ao terceiro trimestre deste ano. Nesta manhã, a estatal anunciou que fechou contratos no valor de US$ 3,46 bilhões com a empresa brasileira Engevix Engenharia para construção de oito cascos das plataformas destinadas à primeira fase de desenvolvimento da produção do pólo pré-sal da Bacia de Santos. Os papéis PN e ON da petrolífera fecharam em baixa.


As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ALLL3 ALL AMER LAT ON EG 15,61 -4,23 -49,01 19,83M
 CMIG4 Cemig PN 28,78 -3,78 +5,19 36,31M
 NATU3 Natura ON 46,15 -3,35 +32,32 45,91M
 OGXP3 OGX Petróleo ON 20,85 -3,07 +21,93 411,36M
 BRTO4 Brasil Telecom PN 12,80 -2,96 -23,58 13,19M


Na ponta compradora do índice, a MRV viu seus papéis liderarem os ganhos do Ibovespa, acumulando ganhos de mais de 6%. A empresa reportou na véspera uma expansão significativa dos ganhos, de 110,6%, considerado como o “melhor da história”, com recordes no lucro líquido, vendas e Ebitda.


Rossi e MMX, que aparecem na ponta compradora do pregão, soltam seus resultados trimestrais nesta noite. As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 MRVE3 MRV ON 16,50 +6,80 +19,02 120,91M
 BTOW3 B2W Varejo ON 32,15 +3,31 -32,56 22,88M
 MMXM3 MMX Miner ON 14,30 +2,95 +42,78 47,19M
 GFSA3 Gafisa ON 13,70 +2,62 -1,98 43,80M
 RSID3 Rossi Resid ON 16,00 +2,50 +6,18 28,89M


As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :
 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 Petrobras PN 26,72 -1,51 733,47M 796,01M 20.771 
 VALE5 Vale PNA 49,99 +0,28 592,06M 741,40M 19.649 
 OGXP3 OGX Petróleo ON 20,85 -3,07 411,36M 310,99M 24.165 
 BVMF3 BMFBovespa ON 13,31 +0,60 309,85M 206,44M 14.683 
 ITUB4 Itau Unibanco PN 42,00 -1,98 173,44M 237,36M 8.425 
* - Lote de mil ações
1 - Em reais (K - Mil | M - Milhão | B - Bilhão)



Fora do índice, as ações do Banco PanAmericano subiram 4,61% no pregão desta quinta-feira, cotadas a R$ 4,99, após terem despencado 29,5% na última sessão. A alta do dia nem sequer chegou perto de recuperar as perdas registradas após a operação de resgate que injetou R$ 2,5 bilhões na instituição através do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).


Agenda
A taxa de emprego na indústria brasileira aumentou 4,9% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2009. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), essa é a oitava taxa positiva consecutiva para este tipo de comparação.



Os dados revelados pelo Instituto nesta sessão mostram que, frente a agosto, descontados os efeitos sazonais, foi verificado um leve recuo 0,1% no número de empregados na indústria – o primeiro resultado negativo após oito meses de altas seguidas.


Considerando o resultado de janeiro a setembro, a taxa de emprego registrou aumento de 3,4%. Nos últimos 12 meses, a taxa ficou em 1,5%, mantendo a trajetória de alta iniciada desde dezembro do ano passado e registrando o maior resultado desde janeiro de 2009, quando a taxa era de 1,6%.


A cena norte-americana não trouxe a divulgação de nenhum indicador de peso, em decorrência de feriado no país. Mas, na China, dados econômicos divulgados nesta sessão repercutiram nos mercados globais. A inflação no país atingiu a máxima em 25 meses, enquanto a produção industrial apontou para valores levemente abaixo das expectativas. Além das referências da agenda, a agência de classificação de risco Moody´s elevou o rating chinês de "A1" para "Aa3".


Dólar
Impulsionado pelo clima tenso instaurado nos mercados, o dólar comercial fechou esta quinta-feira em alta pela segunda sessão consecutiva, sendo cotado na venda a R$ 1,719 - variação positiva de 0,41%. Indicadores econômicos chineses contaminaram o humor dos investidores, em dia marcado pelo início da reunião do G-20, em Seul, na Coreia do Sul, e por diversas declarações acerca do mercado cambial.



Nesta quinta-feira, a autoridade monetária brasileira realizou apenas um leilão de compra de dólares no mercado cambial a vista, diferentemente das duas intervenções diárias que o BaCen tem realizado nas últimas semanas. A compra de dólares desta sessão ocorreu entre as 16h07 e as 16h12 (horário de Brasília) e contou com uma taxa de corte aceita em R$ 1,7163.


Renda Fixa
Os principais contratos de juros futuros encerraram a sessão desta quinta-feira em alta na BM&F Bovespa. O contrato de maior liquidez, com vencimento em janeiro de 2012, fechou com taxa de 11,57%, aumento de 0,05 ponto percentual em relação ao fechamento anterior.

No mercado de títulos da dívida externa, o título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou em alta de 0,11%, 139,25% do valor de face. Já o risco-País teve variação positiva de quatro pontos-base em relação ao fechamento anterior, marcando 176 pontos-base.


Bolsas Internacionais
O índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia norte-americanas, fechou  em baixa de 1,04% e atingiu 2.552 pontos. Seguindo esta tendência, o índice Dow Jones desvalorizou-se 0,92% a 11.253 pontos, da mesma forma, o índice S&P 500, que engloba as 500 principais empresas norte-americanas, caiu 0,63% a 1.211 pontos.

Na Europa, o oi índice DAX 30 da bolsa de Frankfurt  registrou leve alta de 0,05% e atingiu 6.723 pontos; enquanto o índice FTSE 100 da bolsa de Londres  desvalorizou-se 0,03% a 5.815 pontos. Por outro lado, o CAC 40 da bolsa de Paris fechou em baixa de 0,54%, atingindo 3.867 pontos.

Confira os eventos previstos para sexta-feira
No front doméstico, a agenda do último dia desta semana terá como destaque a divulgação do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), pela FGV (Fundação Getulio Vargas), referente aos primeiros dez dias de novembro.


Ainda por aqui, os investidores também repercutirão o resultado da Pesquisa Mensal do Comérico, referente ao mês de setembro, que deverá ser apresentada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


Lá fora, atenção para a pauta norte-americana. O dia vai contar com o Michigan Sentiment, que vai mostrar o nível de confiança dos consumidores na economia dos Estados Unidos ao longo do mês de novembro.