Mercado Internacional
De maneira bastante sucinta, podemos avaliar quais os cenários prospectivos para a economia mundial no próximo ano, com destaque para a situação na Europa e a recuperação da economia nos EUA.
A volatilidade deve estar presente no início de 2011, causada pelos eventos ainda sem solução definitiva em diversos países europeus e a possibilidade de contaminação maior, como ocorreu no início deste ano. De modo a manter a União Européia e os desígnios da moeda do bloco, a Alemanha e a França, mesmo que muito contrariadas, devem reforçar novos pacotes de ajuda a estes países, porém com conseqüências recessivas ainda maiores do que aquelas já observadas.
Neste caso, o crescimento do bloco europeu será novamente comprometido, entretanto a desvalorização do Euro pode favorecer as economias mais desenvolvidas da região ao reduzir o custo das exportações. Neste cenário, o crescimento médio pode não ser tão negativo, porém alguns países tendem a necessitar de ajuda mais de uma vez. Caso a resolução da questão fiscal de países europeus se resolva ainda este ano, ou mais tardar em janeiro, há a possibilidade de melhor relativa na atividade econômica já em 2011 de parte considerável do bloco.
Nos EUA, os sinais da economia têm sido dispersos e ainda não existe uma tendência totalmente definida para o que possa ocorrer em 2011. O crescimento econômico atual tem se baseado em partes no crescimento de empresas sediadas nos EUA, porém com base industrial fora do país, o que explica a melhora do emprego em algumas economias emergentes e a taxa ainda alta de desocupação local.
Num primeiro cenário, os EUA devem manter o atual ritmo de crescimento no próximo ano, ou seja, será um ‘player’ ainda de relevância reduzida em relação a períodos anteriores. O mercado de trabalho continua enfraquecido e o potencial de consumo americano, principal motor da economia, será mantido em níveis relativamente baixos.
Amanhã discutiremos alguns cenários de melhora de atividade econômica internacional e as conseqüências inflacionárias, principalmente no setor de commodities.
Bolsas de Valores Mundiais
A volatilidade ainda impera no mercado de renda variável e a sessão de ontem manteve o ritmo de devolução dos ganhos recentes. Este movimento pode suscitar a retomada em breve das compras.
A agenda econômica conta com a balança orçamentária no Brasil e nos EUA, se destacam mercado imobiliário e atividade industrial.
As bolsas na Ásia fecharam com perdas na perspectiva apertos monetários na região e de perdas nas bolsas ocidentais. Os futuros em Nova York se alinham para as perdas, porém com volatilidade e na Europa, os mercados não possuem uma direção única com elevação dos temores com Portugal.
Câmbio
O Euro incrementa a sua derrocada frente à maioria das divisas no mundo e cai contra o dólar americano aos US$ 1,3023.
O Yen tem sessão de alta consistente e se valoriza contra o dólar aos ¥ 84,045. O Yuan cai 0,06% contra o dólar e 0,09% contra o Yen.
Com queda do Euro, o dólar tenta retomar o ritmo de força, após sessões de alta volatilidade. No Brasil, nem mesmo o cenário mais avesso ao risco evitou a valorização do Real frente ao dólar e a divisa tem dificuldade em sair da faixa dos R$1,72 /US$.
A nova “banda imaginária” de R$1,71/US$-R$1,77/US$, mas depende dos movimentos internacionais de valorização do dólar para testar seus parâmetros.