segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Fator mantém recomendação de manutenção para MRV e prevê margens menores

Por: Equipe InfoMoney
18/10/10 - 08h37
InfoMoney


SÃO PAULO - A Fator Corretora manteve a recomendação de manutenção para os papéis da MRV Engenharia (MRVE3), em relatório apresentado nesta segunda-feira (18)
Assim, o novo preço-alvo em junho de 2011 foi estabelecido em R$ 17,00, frente aos R$ 15,00 anteriores, o que potencial teórico de depreciação de 5,5% para na comparação à cotação de fechamento da última sexta-feira.


Tal análise foi feita após os analistas incorporarem ao modelo de avaliação os resultados do segundo trimestre deste ano, além do resultado operacional do terceiro quarto. Também foram atualizadas as projeções macroeconômicas e para vendas, além de novas premissa de lançamentos e vendas contratadas para o restante deste ano e para o próximo.


Os analistas Eduardo Silveira e René Brandt, responsáveis pelo relatório, consideram que a empresa possui um prêmio excessivo com relação aos seus pares, uma vez que o múltiplo P/VPA (Preço / Valor patrimonial por ação) da empresa é de 2,0 vezes, superior ao de seus concorrentes Cyrela, PDG Realty e Rossi Residencial.


Prêmio excessivoEnquanto seus pares atuam em faixas de renda diversas, a MRV opera exclusivamente no segmento de baixa renda, criando uma forte dependência da Caixa Econômica Federal, cujas dificuldades burocráticas no repasse de dinheiro podem prejudicar a empresa, segundo o relatório.


O teto de preço no programa do governo Minha Casa, Minha Vida, destinado à construção de imóveis no segmento econômico, também é uma preocupação. “Acreditamos que o segmento de baixa renda não merece um prêmio, já que enfrenta desafios adicionais”, escreveram os analistas.


A alta no custo da mão de obra, que deverá ser pressionada com o início das obras de infraestrutura relativos à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas, em 2016, além da elevação no custo dos terrenos e o aumento da concorrência devem ser os principais desafios do setor nos próximos anos. “A pressão de custos deve impactar o setor como um todo, mas deve ter seu impacto mais acentuado no segmento econômico, onde a capacidade de repassar preços é menor”, apontaram os especialistas.


Empresa eleva guidance da margem EBITDANo entanto, a companhia elevou o guidance para a margem EBITDA de 2010, passando de uma faixa entre 25% a 28% para 26% a 29%. “O aumento da margem EBITDA indica que o resultado do 3T10 deverá ser forte e compensar o desempenho operacional mais fraco”, apontam Silveira e Brandt.


Os analistas apostam que apesar de a empresa adotar a estratégia correta, com a compra de matéria prima em larga escala, o que permite um maior controle sobre a inflação de custos, a valorização dos terrenos e do custo de mão de obra prevalecerão, o que implicará margens menores nos próximos anos.