Por: Thiago C. S. Salomão
20/08/10 - 15h47
InfoMoney
20/08/10 - 15h47
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De acordo com Correa e Antunes, além das projeções para a demanda por aço apontarem para um arrefecimento neste novo semestre, o setor siderúrgico tem enfrentado mudanças no âmbito estrutural. "Infelizmente, para os produtores de aço do Brasil, o novo cenário de volume anormal de importação deverá resultar em um enfraquecimento nos preços e na diminuição dos prêmios dos produtos domésticos", preveem os analistas.
Guerra de preçosAinda sobre a questão dos preços utilizados dentro do País, os especialistas do banco esperam ver neste segundo semestre um ambiente bem mais aguerrido nessa área. "Nossas fontes confirmam que descontos estão sendo concedidos. Nós consideramos isso extremamente inesperado, já que as siderúrgicas recentemente têm ensaiado uma segunda rodada de aumento nos preços", disseram Correa e Antunes.
Em meio aos maiores volumes de importação e aos rumores de concessão de descontos por parte das siderúrgicas, os dois analistas do Barclays concluem que não só o segundo ciclo de alta nos preços das commodities mostra-se ameaçado, como também a primeira rodada de reajuste de preços, realizada em julho.
Usiminas: recuperação foi superestimada
Na análise das empresas do setor, o destaque ficou com a Usiminas, que viu tanto o preço-alvo esperado para os próximos 12 meses quanto a recomendação dada aos seus papéis serem revisados para baixo. "Nós superestimamos a velocidade de recuperação na demanda por chapas grossas e, consequentemente, o desempenho operacional da Usiminas. Estávamos errados", explicam Correa e Antunes.
Por conta disso, a dupla informa que voltou a reduzir suas estimativas de Ebitda (geração operacional de caixa) em 11% e 15% para os exercícios de 2010 e 2011. Embora os analistas ainda vislumbrem um longo prazo positivo para as ações da empresa, a expectativa é de que eles permaneçam sendo pressionados no curto prazo.
Outras recomendações
Já as duas outras grandes companhias do setor, o Barclays optou por manter suas premissas inalteradas. Para a CSN (CSNA3), o preço-alvo permaneceu em R$ 36, assim como a recomendação "equal weight". Já para a Gerdau (GGBR4), a cotação esperada para os próximos 12 meses manteve-se em R$ 31, sob sugestão "underweight" (performance abaixo da média do setor nesse intervalo de tempo).