sexta-feira, 2 de julho de 2010

Em carteira recomendada para julho, Planner inclui Gerdau e Telemar


Por: Equipe InfoMoney
02/07/10 - 13h18
InfoMoney

SÃO PAULO - Para a Planner Corretora, nada mudou de junho para julho. De acordo com a instituição, a sensibilidade à Zona do Euro irá continuar, já que ratings ainda devem ser rebaixados, não só em relação a países, mas também a instituições financeiras. "E isso o mercado sabe, mas ainda não precificou", anota a Planner em relatório. 


A corretora também acredita que ainda há possibilidade de recuperação, embora a China deva continuar a incomodar. Por isso, a instituição optou por retirar do portfólio alguns papéis que performaram bem - como Itaú Unibanco, Lojas Renner, CPFL e Duratex - para incluir ações que a corretora julga ter bons fundamentos e que apresentam desconto nas negociações - por isso, a inclusão de Gerdau e Telemar. Como o clima continua instável, a Planner também decidiu reforçar a defesa e incluir a Coelce em sua carteira recomendada para julho. 


China e Europa
Em leitura retrospectiva, a corretora afirmou que junho foi mais um mês de constante volatilidade, em grande parte pelas "idas e vindas dos sérios problemas de déficit fiscal e alto endividamento da Zona do Euro". As medidas de austeridade fiscal, embora possam contribuir para que o fundamentos desses países voltem a patamares aceitáveis, podem ao mesmo tempo prejudicar a recuperação econômica e contaminar a atividade global. 



Um agravante desse cenário, aponta a instituição, foi a revisão para baixo do índice de atividade antecedente chinês em abril, o que "trouxe forte pressão vendedora para os mercados". Para o Brasil, o problema é especial, explica a corretora, porque 52% dos ativos que compõe o Ibovespa são dependentes de exportação de commodities - e a China é o grande parceiro comercial do País. "Sabemos que por menor que seja a desaceleração chinesa, certamente teremos impacto negativo no Ibovespa", conclui a instituição. 


Por último, a Planner declara que sua carteira recomendada em junho teve performance positiva de 0,74% até o dia 29 de junho, enquanto o Ibovespa acumulava queda de 1,69%, "demonstrando o acerto na estratégia proposta", conforme anotou a corretora.


Confira a carteira:
Empresa Código Preço-alvo* Upside** Peso
Vale VALE5 R$ 52,50 37,5% 11%
Petrobras PETR4 R$51,80 95,8% 10%
EZ Tec EZTC3 R$ 11,50 39,2% 10%
OGX Petróleo OGXP3 R$ 20,70 18,6% 10%
Gerdau GGBR4 R$ 33,50 41,8% 10%
CCR Rodovias CCRO3 R$ 46,00 23,7% 10%
AES Tiête GETI4 R$ 23,15 10,8% 10%
Telemar TNLP4 R$ 41,00 92,4% 8%
OHL Brasil OHLB3 R$ 47,20 12,2% 8%
Hypermarcas HYPE3 R$ 33,53 40,4% 7%
Coelce COCE5 R$ 32,00 25% 6%
*Preço-alvo para 12 meses**Com base na cotação de fechamento do dia 1º de julho


Avaliação das empresasVale: A corretora reitera que com os aumentos de preço do minério de ferro implementados até agora, e levando em conta até mesmo estabilidade ou queda nos preços no quarto trimestre, "a empresa mostrará significativa mudança de patamar em seus números operacionais, com incremento constante de lucros nos próximos trimestres". Assim, mesmo que a ação fique exposta a altas e baixas, por causa de seu peso no Ibovespa e também sua exposição à demanda chinesa, a empresa deve compor o portfólio "dada sua alta liquidez também em operações de derivativos", além dos resultados corporativos esperados. 


Petrobras: As ações da Petrobras devem continuar pressionadas até o final do processo de capitalização, adiado para setembro, aponta a Planner. No entanto, a manutenção dos papéis na carteira reflete expectativa de recuperação técnica e estratégia defensiva que a corretora ainda prefere adotar para o mês de julho. 


EZ Tec:  Os analistas da Planner entendem que os múltiplos da companhia continuam atrativos, a despeito da performance positiva no último mês. Por ter menor liquidez, a Planner também aponta o ativo como mais defensivo. Por último, a EZ Tec deve ainda apresentar resultados positivos no segundo trimestre e no restante do ano, avalia a corretora. 


OGX Petróleo: As descobertas de hidrocarbonetos na maioria dos poços e a perspectiva da continuidade do fluxo positivo de notícias em relação à isso são os principais fatores que influenciaram os analistas na recomendação das ações da OGX para este mês de julho. Além disso, também ressaltam que os riscos foram minimizados com o estabelecimento de uma data para o início das operações. 


Gerdau: Os analistas esperam recuperação já que esta é a companhia que apresenta ativos mais descontados em relação a seus pares do setor siderúrgico. A empresa ainda deve se beneficiar de grandes projetos de infraestrutura e da expansão do mercado interno de construção civil. 


CCR Rodovias: O mês de julho auxilia a expansão de margens operacionais, por contar com reajuste do pedágio em função da inflação. A Planner ainda espera aquisição atraente no mercado secundário de concessões rodoviárias. 


AES Tiête: É uma ação defensiva em um cenário de volatilidade: assim a Planner justifica a manutenção dos papéis da AES Tiête na carteira de julho. Para 2010, a expectativa é de dividend yield de 11%. Por isso, a recomendação da ação acontece também por causa dos ganhos com dividendos, explica a corretora. 


Telemar: São cinco os motivos que justificam a inclusão da Telemar no portfólio, segundo os analistas da Planner: empresa encontra-se descontada em bolsa; os múltiplos da Telemar estão atrativos; a empresa tem apresentado bons resultados em 2010; o resultado do segundo trimestre deve ser positivo; e a companhia é boa pagadora de dividendos, com dividend yield esperado em torno de 7%. 


OHL Brasil: A Planner considera o setor de concessões rodoviárias uma opção eficiente em um cenário de maior aversão ao risco, especialmente por causa do aumento de pegágio em reajuste ao forte aumento da inflação no Brasil nos últimos meses. 


Hypermarcas: Os analistas mantiveram os papéis na carteira avaliando que os fundamento de longo prazo estão inalterados. Além disso, alguns fatores que desestabilizaram a cotação dos papéis em junho devem se dissipar, e por isso há expectativa de valorização do papel neste mês. Os catalisadores para a recomendação, por sua vez, continuam a ser aumento de market share, ganho de escala e crescimento orgânico. 


Coelce: A recomendação se deve ao fato de ser uma opção de investimento no setor elétrico com perspectiva de valorização, já que a empresa está descontada, além de ser uma opção atrativa de exposição ao consumo no Nordeste. A empresa ainda tem boa gestão e dividend yield esperado elevado, de cerca de 12%.