sexta-feira, 11 de junho de 2010

Capitalização da Petrobras pode trazer consequências ao câmbio, diz Credit Suisse

Por: Equipe InfoMoney
11/06/10 - 18h53
InfoMoney


SÃO PAULO - A aprovação de dois dos quatro projetos em torno do pré-sal, anunciada pelo Senado na madrugada da última quarta-feira (9), tem dado o que falar nos mercados. Entre perspectivas sobre o montante de ações a ser ofertado e impactos no desempenho das ações da Petrobras (PETR3, PETR4), questões referentes ao câmbio também ganharam notoriedade nos relatórios de análise.

De acordo com o Credit Suisse, a aprovação da capitalização da estatal pode favorecer uma maior entrada de divisas internacionais no País. E os motivos para isso não são poucos: primeiramente, o banco destaca que cerca de 38% do capital da Petrobras está em mãos de investidores estrangeiros, sendo que 29% correspondem aos ADRs  (American Depositary Receipts) negociados em Wall Street.

Aliado a isso, a equipe econômica do Credit, composta por Nilson Teixeira, Nilto Calixto, Leonardo Fonseca, Daniela Lavarda e Tales Rabelo, ressalta a expectativa de que a oferta de ações da companhia movimente um forte volume. Embora esse número continue desconhecido, a instituição de análise trabalha com um aumento de capital entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões.

Tesouro
Além dos estrangeiros, o banco também avalia a participação do Tesouro na empresa, de cerca de 32%. "Em um primeiro momento,  capitalização da Petrobras teria um impacto na dívida bruta, na dívida líquida e no superávit primário equivalente ao valor das ações que serão subscritas pelo Tesouro", escreve o Credit.

Em seguida, o governo receberá como pagamento das concessões à Petrobras para a exploração do pré-sal os títulos emitidos para a capitalização da empresa. "Com isso, seria anulado o efeito inicial da capitalização sobre o superávit primário e sobre a dívida bruta e líquida. Em última instância, a parcela relativa ao Tesouro na subscrição das ações será liquidada com a transferência das concessões para a exploração de petróleo, sem impacto fiscal no fim da transação", concluem os analistas.

Confira a participação dos estrangeiros no capital da Petrobras:
  Capital Social Total  
 ADR 29%
 Estrangeiros 9,3%
 Total: 38,3%
Ações Ordinárias
 ADR 24,9%
 Estrangeiros 4,9%
 Total: 29,8%
Ações Preferenciais
 ADR 34,6%
 Estrangeiros 15,3%
 Total: 49,9%
Fonte: Petrobras, Credit Suisse