sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Santander eleva preço-alvo da Anhanguera com base em seus projetos de expansão

Por: Equipe InfoMoney
28/01/11 - 17h22
InfoMoney


SÃO PAULO - O Santader se mostrou muito otimista em relação à Anhanguera Educacional (AEDU3). A possibilidade de maiores ganhos fez com que os analistas do banco elevassem o preço-alvo das ações da empresa, considerada por eles como a melhor posicionada no setor, com um potencial de retorno de 40%, mesmo com a recente revisão.


Para Bruno Giardino e Daniel Gewehr, a situação da empresa do ramo educacional é muito atrativa e, por isso, a recomendação decompra foi mantida, com elevação do preço-alvo das ações para o final do ano, passando de R$ 40,00 para R$ 52,00, o que corresponde a um potencial hipotético de valorização de 40,9% frente o fechamento anterior.


A empresa deve continuar com a atratividade no setor, com prêmio superior aos seus pares. Para os analistas, a Anhanguera é a principal companhia a atuar em M&A (Mergers and Acquisitions) - termo em inglês para fusões e aquisições - contando com 21 instituições e mais de 107.000 estudantes universitários desde 2006, incluindo cursos à distância. 


Expansão
Após oferta de ações que possibilitou a captação de R$ 844 milhões e processo de integração de novos alunos, a Anhanguera Educacional passou a ter as condições necessárias para promover uma expansão rumo a novas áreas, além das sete grandes cidades em que está presente.



Atualmente a companhia mantém instituições de ensino em apenas 4 das 15 grandes cidades do País. Uma expansão para locais de fácil acesso para cidades menores, além de aumentar a área de atuação da empresa, também atrairia novos alunos. Para os analistas do banco, uma área potencialmente vantajosa para a empresa seria o Nordeste, com grandes cidades como Salvador, Fortaleza e Recife e até mesmo localizações futuras como Manaus.


Outro ponto bem avaliado pelo Santander foi a aquisição, em dezembro de 2010, da totalidade do capital social da Sociedade Educacional Plínio Leite, mantenedora do Centro Universitário Plínio Leite (UNIPLI), por um valor estimado de R$ 41 milhões e contando com 7.390 alunos. Para Giardino e Gewehr, essa aquisição faz parte da fase Anhanguera 3.0, uma acelaração do programa de crescimento anunciado em 2009. Com esse programa, os analistas apostam em aumento de 220.000 alunos até 2015. Esse processo acrescentou R$ 6,00 no preço-alvo da ação.


Para o sucesso dessa expansão, os analistas apostam no aumento das matrículas, sobretudo entre estudantes de baixa renda (as chamadas classes C e D, que correspondem a cerca de 80% do mercado acessível entre 18 a 24 anos). No período entre 2004 e 2008 as matrículas no ensino superior cresceram 85% entre alunos provenientes de famílias com renda mensal de até três salários mínimos. Um maior alcance desse mercado potencial deve favorecer o crescimento da empresa, com impacto direto no desempenho de suas ações.


Projeções dos analistas
A expectativa para o avanço da taxa composta de crescimento anual de vendas líquidas é de 29% no período de 2009 a 2012, com alavancagem operacional e controle de custos levando a um crescimento anual do Ebitda (geração operacional de caixa) de 32%. O lucro líquido deve crescer 53% no mesmo período.



"Se a Anhanguera atingir seu objetivo de longo prazo de 1 milhão de estudantes, nosso preço-alvo passaria a R$ 62,80 por ação", afirmaram os analistas em relatório, evidenciando as boas perspectivas para a empresa e para o setor.


Essas perspectivas são otimistas em função do bom momento que vive o setor. Para os analistas, o mercado educacional é muito atrativo no País porque possui retornos elevados, sobretudo com as isenções de impostos concedidas pelo PROUNI (Programa Universidade para Todos), levando a um retorno muito superior a outros setores. Além disso, pelo fato de ser pouco penetrado, possui uma vasta capacidade de crescimento. No Brasil as taxas de matrículas chegam a 24% contra 47% e 64% em países como Chile e Argentina.