segunda-feira, 12 de setembro de 2011

HSBC reduz preço-alvo e recomenda venda das ações do grupo Oi


12/09/2011 - 16h24

Beatriz Cutait | Valor

SÃO PAULO - A equipe de análise do HSBC revisou para baixo a recomendação para os papéis do grupo Oi, de "neutral" (manutenção) para "underweight" (venda).

No caso dos papéis preferenciais (PN, sem direito a voto) da empresa holding Tele Norte Leste (TNLP4), o preço-alvo em 12 meses foi reduzido de R$ 31 para R$ 21. Para as ações ON (TNLP3), o preço caiu de R$ 41 para R$ 23. Os novos valores ainda implicam em valorizações potenciais de 10,8% e 9,7%, respectivamente, em relação aos valores de fechamento do pregão passado (09/09).



Para os papéis PNA da Telemar Norte Leste (TMAR5), o preço-alvo passou de R$ 56 para R$ 46, o que implica em possibilidade de alta de 9,7%.

Em relatório assinado por Richard Dineen e Sean Glickenhaus, o HSBC assinala que as fortes iniciativas de cortes de custos adotadas pela Oi em 2010 enfraqueceram competitivamente a empresa, tanto em telefonia fixa como móvel.

"A perda de linhas em telefonia fixa atingiu agora 6,5% ao ano - um nível muito pior do que seus pares - causando uma queda constante na receita desse segmento tradicional da Oi (o qual representa cerca de dois terços da receita do grupo). Pressões tipicamente seculares em telefonia tradicional são compensadas pelo crescimento em segmentos novos, como banda larga e TV por assinatura (juntos, representam aproximadamente 12% da receita do grupo), e também pela telefonia móvel (cerca de 25% da receita). Entretanto, apesar da forte demanda por esses serviços no Brasil, a Oi tem deixado de tirar proveito da situação", observam.

Entre os riscos adicionais ao grupo, o HSBC cita o movimento de fusões e aquisições internacionais, os retornos limitados e as preocupações contínuas quanto à governança.

"A Oi e sua nova parceira, a Portugal Telecom, potencialmente se encontram a caminho de realizar aquisições de ativos em mercados de língua portuguesa. Considerando o histórico atribulado de F&A no mercado internacional da indústria de telecomunicações, vemos isso predominantemente como um risco de baixa", explica o HSBC.

Além disso, o banco destaca as expectativas de que a Oi implemente uma política formal de dividendos em 2012. Os investimentos pesados de capital visando recuperar a competitividade, bem como passivos não cobertos, contudo, poderão restringir o fluxo de caixa e os retornos da companhia, segundo o banco.