quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Fechamento de Mercado


Ibovespa ensaia retomada no final do pregão, mas fecha o dia em baixa de 0,06%

Por: Anderson Figo
10/11/10 - 19h30
InfoMoney


SÃO PAULO - Após ter ensaiado uma retomada da tendência de baixa ao final do pregão, o Ibovespa encerrou a sessão desta quarta-feira (10) em leve queda de 0,06%, a 71.638 pontos. O dia foi marcado pelo movimentado noticiário econômico e corporativo, tanto na cena interna quanto no front internacional. O volume financeiro do pregão foi de R$ 7,31 bilhões.


O encontro do G-20, que terá início na próxima quinta-feira (11) em Seul, na Coreia do Sul, seguiu influenciando as bolsas nesta quarta. Sobre o assunto, vale a pena destacar as palavras do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que declarou ser favorável à substituição do dólar como moeda de reserva e nas transações internacionais. Mantega disse que o ideal é definir uma nova ordem no sistema financeiro internacional a partir da multimoeda. 


Embora nas declarações os participantes do encontro afirmem que o objetivo é chegar a um acordo que possibilite uma ação coordenada para reduzir os problemas que diversos países enfrentam atualmente com as cotações de suas moedas, na prática o consenso é de que a chance disso ocorrer é pequena.


Destaques corporativos
Dentro do noticiário corporativo da sessão, apesar de fora do Ibovespa, o destaque ficou com o Banco PanAmericano. Os papéis do banco despencaram quase 30%, refletindo as reações do mercado quanto ao resgate à instituição feito pelo seu principal acionista, o Grupo Silvio Santos, no valor total de R$ 2,5 bilhões, contratado junto ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito).



O Banco Central, que identificou as inconsistências no balanço do banco, já afirmou que está investigando o assunto, e ressaltou que o resgate não contou com dinheiro público algum. 


Dentro do índice, mais uma vez os papéis do setor de construção civil ficaram entre os destaques de baixa neste pregão. As ações da PDG Realty e da Rossi Residencial recuam forte, entre rumores que companhias do setor emitirão títulos no exterior para atender a demanda crescente dos programas do governo.


Segundo James Harper, diretor do BCP Securities, as empresas querem aproveitar as taxas oferecidas pelo mercado e alavancar o caixa, já que existem oportunidades em vista dado o déficit habitacional no País. Segundo especula-se desde o começo desta semana, a Cyrela seria a primeira empresa a realizar oferta.


Liderando a ponta vendedora do índice, ficaram as ações da BM&F Bovespa. Na avaliação dos resultados do terceiro trimestre, divulgados na véspera, os analistas consideram que, em geral, os números reportados ficaram em linha com as projeções, embora destaquem como fator negativo o incremento dos custos, que ficou acima das expectativas.

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BVMF3 BMFBovespa ON 13,23 -3,36 +11,30 307,64M
 RSID3 Rossi Resid ON 15,61 -3,04 +3,33 62,76M
 DTEX3 Duratex ON 18,70 -2,86 +16,35 28,76M
 JBSS3 JBS ON 6,50 -2,84 -30,03 41,81M
 MRVE3 MRV ON 15,45 -2,83 +11,45 115,13M


Do outro lado do índice, o principal destaque ficou com as ações da Vivo. A empresa obteve lucro líquido de R$ 602 milhões no terceiro trimestre, enquanto os analistas aguardavam algo em torno de R$ 364 milhões. As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 VIVO4 Vivo Part PN 52,79 +3,09 +1,13 63,02M
 LIGT3 Light ON 22,10 +2,65 -0,27 47,17M
 GGBR4 Gerdau PN 23,09 +2,35 -19,93 128,47M
 GOAU4 Gerdau Met PN 27,50 +2,23 -20,26 34,69M
 ALLL3 ALL AMER LAT ON EG 16,30 +2,19 -46,76 26,58M


As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :
 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 VALE5 Vale PNA 49,85 +0,32 778,03M 739,57M 20.501 
 OGXP3 OGX Petróleo ON 21,51 -2,49 649,76M 294,05M 15.199 
 PETR4 Petrobras PN 27,13 +0,04 575,16M 807,05M 16.231 
 BVMF3 BMFBovespa ON 13,23 -3,36 307,64M 201,38M 31.019 
 ITUB4 Itau Unibanco PN 42,85 +1,16 240,51M 237,20M 11.496 
* - Lote de mil ações
1 - Em reais (K - Mil | M - Milhão | B - Bilhão)


Agenda
No front doméstico, com a mesma tendência de aceleração dos preços vista em outras semanas e também em outros índices de inflação, o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor) apontou inflação de 0,97% na primeira prévia de novembro. 



Também no campo inflacionário, apontando redução do ritmo de avanço dos preços, o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) mostrou inflação de 1,03% em outubro. O indicador ficou acima das expectativas do mercado, que, segundo o último relatório Focus, esperava variação de 0,82% no acumulado mensal.


Ainda por aqui, a produção da indústria nacional novamente recuou em nove das 14 regiões pesquisadas na passagem de agosto para setembro, como mostra a Pesquisa Industrial Produção Física - Regional, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


O instituto também revelou sua nova estimativa para a safra de grãos em 2010. De acordo com o IBGE, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas no País deverá fechar o ano com 148,8 milhões de toneladas. 


Referências externas
Enquanto a pauta nacional foi marcada pela divulgação de diversos indicadores, a agenda de fora também contou com dados de peso nesta quarta-feira, especialmente na cena norte-americana. O Initial Claims mostrou que o número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caiu mais do que o esperado na última semana, indo de 459 mil para 435 mil novos pedidos - as projeções apontavam para 450 mil. Ainda por lá, o déficit da balança comercial diminuiu mais do que previam os analistas na passagem de agosto para setembro, ficando em US$ 44 bilhões.



Também nos EUA, o orçamento do governo norte-americano registrou déficit de US$ 140,432 bilhões em outubro. As projeções apontavam para um saldo deficitário em US$ 140 bilhões. Este é o vigésimo quinto mês consecutivo que as contas públicas dos EUA encerram no vermelho. O número mostrou piora na base mensal, comparado aos US$ 34,639 bilhões negativos vistos em setembro.


Na Europa, o Relatório Trimestral de Inflação do Reino Unido mostrou uma alta de 3,1% no índice de preços britânico em setembro. A previsão é que o indicador permaneça acima da meta de 2% também em 2011. Aliado a isso, resultados negativos de importantes companhias do velho continente, como Natixis e Allianz, contaminaram os mercados da região.


Dólar
Ampliando seus ganhos durante a tarde, o dólar comercial encerrou a quarta-feira com valorização de 0,77%, sendo cotado a R$ 1,712 na venda. Na expectativa pela reunião do G20, a divisa norte-americana conseguiu chegar ao seu quarto dia sem fechamento negativo - nas outras três sessões, a moeda teve uma alta e dois fechamentos estáveis -, acumulando ganhos de cerca de 2% na semana.



O Banco Central manteve ativa sua rotina de intervenções no mercado cambial, comprando dólares via leilão por duas vezes nesta quarta-feira. A primeira aquisição ocorreu por volta das 12h20 (horário de Brasília), tendo uma taxa aceita em R$ 1,7023. A segunda compra de dólares teve início às 15h37 e terminou às 15h42, com taxa corte em R$ 1,7111.


Renda Fixa
Os principais contratos de juros futuros de curto prazo fecharam o dia em alta, após resultados de índices de inflação divulgados pela manhã. O contrato de maior liquidez, com vencimento em janeiro de 2012, fechou com taxa de 11,52%, estável em relação ao fechamento anterior.



No mercado de títulos da dívida externa, o título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou em baixa de 0,78%, em 139,10% do valor de face. Já o risco-País ficou estável em relação ao fechamento anterior, marcando 172 pontos-base.


Bolsas internacionais
O índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia norte-americanas , fechou em leve alta de 0,45%, atingindo 2.575 pontos, seguindo esta tendência, o índice S&P 500 valorizou-se 0,27% a 1.217 pontos. Por outro lado, a Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, fechou em leve baixa de 0,03% atingindo 11.344 pontos.



Na Europa, o índice CAC 40 da bolsa de Paris registrou baixa de 1,45% e atingiu 3.888 pontos; no mesmo sentido, o índice DAX 30 da bolsa de Frankfurt desvalorizou-se 1,00% chegando a 6.720 pontos e o FTSE 100, da bolsa de Londres, caiu 0,99% a 5.817 pontos.


Confira os eventos previstos para quinta-feira
Na agenda da próxima sessão, o mercado deve repercutir a divulgação da Pesquisa Mensal do Emprego, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Nos Estados Unidos, não haverá divulgação de dados relevantes por conta do feriado, mas haverá pregão normal em Wall Street.