quinta-feira, 12 de agosto de 2010

JP confronta opiniões negativas e justifica porque recomenda ações da Souza Cruz

Por: Equipe InfoMoney
11/08/10 - 16h52
InfoMoney


SÃO PAULO - "A Souza Cruz (CRUZ3) teve um resultado decepcionante no segundo trimestre, mas nós pensamos que o pior ficou para trás". Assim começa o relatório do JP Morgan no qual o banco justifica sua recomendação overweight (ou seja, ao longo dos próximos seis a doze meses o banco espera que a performance da ação supere o retorno total médio das ações dentro do seu universo de cobertura) para as ações, mesmo com fraco balanço trimestral e desempenho acima da bolsa no acumulado de 2010.

A expectativa é que a queda nas exportações de tabaco no segundo trimestre seja compensada nesta segunda metade do ano pelo reagendamento de embarcações. Além disso, o banco destaca ainda que os volumes de cigarro pararam de cair no segundo trimestre (no comparativo com o mesmo período do ano anterior), fato que, em conjunto com uma alta ao redor de 7% nos preços do produto, deve suportar uma forte recuperação nos lucros da empresa neste segundo semestre e também em 2011.

O que os pessimistas dizem da empresa
"Sim, [a Souza Cruz] performou acima da Bovespa no acumulado do ano. Sim, [a Souza Cruz] teve um resultado desapontador no segundo trimestre de 2010. Sim, [a Souza Cruz] não está precisamente barata no consenso do mercado. Sim, [a Souza Cruz] é vista principalmente como um nome defensivo. Sim, dependendo de quem ganhar as eleições presidenciais no Brasil, as restrições ao tabaco talvez se acelerem", diz a equipe de research sobre tudo que ouviu dos investidores "bearish" (ou seja, com perspectiva negativa para o desempenho da ação).

Mesmo assim, os analistas Alan Alanis, Sambuddha Ray e Pedro Leduc sustentam sua recomendação overweight e elevam o preço-alvo esperado para o final de 2011 em R$ 1, para R$ 78.

Justificando a recomendaçãoA equipe de research acredita que a Souza Cruz mereça ser negociada com um prêmio em relação aos seus pares globais, já que a empresa é mais de três vezes maior que seu concorrente mais próximo e é líder no "vibrante" mercado brasileiro.

O novo preço-alvo, de R$ 78 para o final de 2011, oferece um upside limitado de 5,4% frente ao fechamento do dia 10 (R$ 74,00), mas que combinado ao dividend yield de 8% esperado para o próximo ano, deve prover um retorno ao investimento nesta ação que excede os 13%.

"Nós geralmente não classificamos como 'overweight' uma ação com um potencial de valorização tão limitado; porém, dado nosso sistema relativo de rating e a proteção contra perdas do dividend yield, nós continuamos a achar que a Souza Cruz vai performar acima das ações dentro do nosso universo de cobertura, especialmente à medida que os economistas do JP Morgan revisem para baixo as projeções de crescimento global", conclui a análise.