quinta-feira, 29 de abril de 2010

Corretora eleva preço-alvo de AES Tietê e atenta para maior risco político da Light

Por: Equipe InfoMoney
29/04/10 - 15h58
InfoMoney


SÃO PAULO - A Itaú Corretora revisa seus modelos de avaliação de duas companhia do setor de elétrico: AES Tietê (GETI4) e Light (LIGT3). Com isso, eleva o preço-alvo da primeira, enquanto mantém inalteradas suas recomendações quanto a segunda.

AES Tietê: altos dividendos e lucros
No caso da AES Tietê, os analistas Marcos Severine, Mariana Coelho e Marcel Shiomi, que assinam o relatório, revelam alta de 2,4% no preço-alvo, o qual passou de R$ 25,40 para R$ 26,00 - cifra que representa um potencial teórico de 36,26% frente ao último fechamento. Além disso, reforçam a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para as ações da companhia.

“Um catalisador ‘positivo’ para as companhias geradoras não precificado: a crescente inflação”, apontam Severine, Coelho e Shiomi. Para eles, a soma de um cenário de alta no IGP-M e o fato de as receitas da companhia serem ajustada todo mês de junho conforme o indicador faz da AES Tietê “a melhor opção em um panorama de preços em ascensão”.

Além disso, acreditam que os novos contratos de troca de débitos – que devem ser concluídos em maio – devem culminar em uma contração nas despesas financeiras e, consequentemente, “uma elevação nos ganhos e dividendos”.

Ademais, vislumbram uma elevação nos preços da eletricidade no longo prazo, devido à forte demanda observada ultimamente.

“Nós continuamos a adotar uma visão positiva nas ações, o que torna a companhia nosso favorito player em relação a dividendos do setor”, concluem os analistas.

Light: pessimismo quanto à Cemig
Por sua vez, a Light recebe uma conotação mais negativa da equipe do Itaú. Frente ao aumento de participação da Cemig na companhia, avaliam que agora “a Light está apenas exposta a maiores riscos políticos provenientes das eleições governamentais”.

Na opinião deles, a Cemig altera também o plano de negócios da Light, com sua estratégia de “crescer através de aquisições”, ao invés da antiga premissa de pagamento de elevados dividendos.

No mais, enxergam que a Light deverá cortar o pagamento de dividendos devido aos gastos que deverão ser despendidos após a série de blackouts. Por fim, os analistas avaliam que os resultados da companhia acumulados ao longo do primeiro trimestre de 2010 devem ser negativos. “Nós acreditamos que os resultados da Light estão propensos a frustar”.

Com isso, mantém a recomendação market-perform (desempenho em linha com à média do mercado) para as ações, projetando um preço-alvo de R$ 33,00 – upside de 40,84% conforme fechamento do último pregão. “Nossa posição negativa frente às ações permanece”, concluem.