terça-feira, 27 de abril de 2010

Corretora avalia setor educacional e elege Kroton como top pick

Por: Equipe InfoMoney
27/04/10 - 12h39
InfoMoney


SÃO PAULO – Mais ganhos de eficiência para recuperar as margens de lucratividade. Na avaliação da equipe de research da Itaú Corretora, esse passa a ser o foco das empresas do setor educacional depois da onda de fusões e aquisições dos últimos dois ou três anos e dos reflexos da recessão econômica. No segmento, a Kroton (KROT11) se destaca como top pick dos analistas da instituição.

Em relatório, os analistas Juliana Rozenbaum e Marcio Osako destacam a Kroton como preferida no setor, avaliando de maneira positiva a aquisição da Iuni. “Nós esperamos que a Kroton se beneficie significativamente da eficiência acadêmica e do modelo estrutural da Iuni, que deverão melhorar as margens Ebitda (relação percentual entre geração de caixa e receita líquida)”, comentam. A corretora projeta margem Ebitda de 15,4% para o fim deste ano, 19,7% no ano que vem e 21,6% em 2012.
Outro aspecto ressaltado pelos analistas é o recente desempenho dos papéis da Kroton. Para Rozenbaum e Osako, “a descrença do mercado e a queda da Kroton são uma reação exagerada”. O preço-alvo para os papéis da Kroton para o final do ano foi elevado de R$ 20,70 para R$ 22,20.

Propulsores
Ainda atenta ao setor, a equipe de research da Itaú Corretora mantém a recomendação de outperform (desempenho acima da média do mercado) para as units da Anhaguera Educacional (AEDU11), considerando que o principal propulsor para as margens de lucratividade da empresa continuam ativos. Segundo os analistas, a direção da companhia já reiterou projeção de alta de 2,5 pontos percentuais anuais na margem bruta advinda dos campi.


Para Rozenbaum e Osako, os recursos recebíveis permanecem como um problema, mas uma nova estrutura de financiamento em parceria com um banco poderia trazer alguma melhora nas mensalidades financiadas. Contudo, os analistas ressaltam que ainda é importante conhecer mais detalhes sobre o resultado desta parceria.

O preço-alvo das units da Anhanguera para o final deste ano foi reduzido de R$ 31,80 para R$ 30,80.

Custos
Já em relação à Estácio Participações (ESTC3), os analistas preferiram manter a recomendação de market perform (desempenho em linha com o mercado), considerando que, apesar de assumirem uma perspectiva mais positiva dos custos depois da redução no último trimestre de 2009, a receita continua atrasada, o que deve limitar uma expansão mais rápida das margens.


Dessa forma, a equipe de research da Itaú Corretora optou por reduzir as estimativas para a margem Ebitda em 0,3 ponto percentual, para 13,4%, mas ainda espera um ganho de 1,7 ponto percentual neste ano, em relação ao ano passado, considerando que “os ganhos de eficiência de 2009 devem se materializar em 2010”.

Os analistas elevaram o preço-alvo dos papéis da Estácio de R$ 24,70 para R$ 24,80, com vistas ao final deste ano.

Competitividade
Por sua vez, os papéis da SEB (SEBB11) foram rebaixados para market perform, devido ao valuation relativo ter se tornado menos convincente, dada a performance ruim de seus pares. Mesmo assim, os analistas ressaltam que continuam vendo a empresa com um player diferenciado no setor, mantendo suas estimativas de crescimento e margem inalterados. “As projeções para os dois indicadores continuam positivas, baseadas no alto poder de inserção no sistema de ensino e o promissor potencial do ensino a distância”.


Acompanhando a redução da recomendação, a equipe da Itaú Corretora cortou o preço-alvo dos papéis da SEB para o final de 2010 de R$ 26,50 para R$ 26,40.