sexta-feira, 23 de abril de 2010

Cenário Econômico Semanal – 19 a 23/Abril

Agência Enfoque




Cenário Econômico Semanal

Em semana mais curta no Brasil, em função do feriado nacional, e marcada pela alta volatilidade e indefinição dos mercados acionários globais, a Bolsa de Valores de São Paulo terminou praticamente estável nesta sexta-feira.
Nos EUA, o Dow Jones, principal índice da Nyse terminou a sessão de hoje no azul, pelo quinto dia seguido, apesar de período conturbado marcado pela divulgação de uma série de noticias ambíguas da economia global.





Cenário Interno


No Brasil, a segunda-feira teve o Boletim Focus, que mostrou que na semana passada os analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central aumentaram a projeção para a taxa básica de juros, a Selic, no final deste ano, de 11,25% para 11,50% ao ano.
Além disso, a Balança comercial registrou déficit comercial de US$ 108 milhões (media diária de menos US$ 21,6 milhões), com corrente de comércio (soma das duas operações) em US$ 6,692 bilhões, o que representou negócios médios diários de US$ 1,338 bilhão por dia útil, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Na terça-feira o dia foi marcado pela novela do leilão da Belo Monte. Após três liminares cassadas, que suspendiam a ocorrência do evento, o consórcio Norte Energia, liderado pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), subsidiária da Eletrobrás, com participação da Queiroz Galvão, Gaia Energia e outras seis empresas, foi o vencedor do leilão da Usina. O grupo apresentou a menor oferta pelo megawatt-hora da usina: R$ 77,97. O valor corresponde a um deságio de 6,02% em relação ao preço-teto definido pelo Ministério de Minas e Energia (R$ 83,00 por MWh).
Ainda na terça-feira, o IBGE informou que o IPCA(15) de abril recuou em relação ao mês anterior e registrou variação de 0,48%. Já o IGP-M medido pela FGV também desacelerou, para 0,50% no segundo decênio de abril.
Hoje, o Índice de preços ao consumidor semanal (IPC-S) de 22 de abril de 2010 registrou variação de 0,76%, taxa 0,04 ponto percentual (p.p.) abaixo da apurada na última divulgação. Dois dos sete grupos componentes do índice registraram recuos em suas taxas de variação, de acordo com a FGV.
A principal contribuição para a desaceleração da taxa do IPC-S partiu do grupo Alimentação (2,36% para 2,02%). Nesta classe de despesa, vale destacar o comportamento dos itens: Hortaliças e Legumes (9,64% para 7,19%) e Frutas (-1,07% para -1,83%).
Desta forma, a Bovespa acumulou na semana 0,1%, aos 69509 pontos, com giro financeiro de R$ 21,313 bilhões.





Veja gráfico diário abaixo, seguido de tabela com as maiores altas e baixas do período, bem como relação dos ativos mais negociados:


Ibovespa





As maiores altas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
SOUZA CRUZ
CRUZ3
66,79
6,64%
NATURA
NATU3
37,13
5,78%
PDG REALT
PDGR3
15,64
5,25%
CEMIG
CMIG4
31,09
4,40%
CIELO
CIEL3
16,80
4,02%





As maiores baixas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
TELEMAR
TNLP4
27,92
-5,04%
TELEMAR
TNLP3
32,78
-4,88%
TELEMAR N L
TMAR5
48,00
-4,59%
BRADESPAR
BRAP4
42,40
-4,14%
VALE
VALE3
56,40
-3,64%





Mais negociadas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VOLUME
SEGMENTO
VALE
VALE5
R$ 49,26
2.550.933.376,00
Minerais Metálicos
PETROBRAS
PETR4
R$ 34,00
2.220.744.896,00
Exploração e/ou Refino
OGX PETROLEO
OGXP3
R$ 18,09
980.971.040,00
Exploração e/ou Refino
VALE
VALE3
R$ 56,40
645.596.592,00
Minerais Metálicos
ITAUUNIBANCO
ITUB4
R$ 37,95
529.827.296,00
Bancos





Cenário Externo


Na segunda-feira a acusação de fraude do Goldaman Sachs voltou a assombrar os mercados. Na sexta-feira passada, a instituição financeira e um dos seus vice-presidentes foram acusados pela Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA na sigla em inglês) de fraude civil. A entidade alega que o banco vendeu títulos complexos de hipotecas subprime e falhou na apresentação aos investidores quanto ao fato de que um grande fundo de hedge apostou contra os títulos.
Durante o pregão, porém, prevaleceu o otimismo, puxado pelo anúncio de lucros acima do esperado do Citigroup. No primeiro trimestre do ano, o terceiro maior banco dos Estados Unidos registrou lucro líquido de US$ 0,15 por ação, ou US$ 4,43 bilhões, contra prejuízo de US$ 966 milhões, ou US$ 0,18 por ação, no mesmo período do ano anterior.
Na terça-feira, o Goldman Sachs voltou a atrair a atenção dos investidores, desta vez por anunciar lucro de mais de US$ 3 bilhões no primeiro trimestre do ano, praticamente o dobro do mesmo período do ano anterior. No mesmo dia, a Autoridade de Serviços Financeiros (FSA) britânica anunciou a abertura de uma investigação oficial sobre o banco nova-iorquino.
Na quinta-feira, a situação econômica da Grécia voltou a entrar na pauta. Pesquisa divulgada pela agência Eurostat sobre a dívida pública dos países da zona do euro mostrou que o déficit do país europeu foi de 13,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009. A relação dívida do governo/PIB ficou em 115,1%.
No mesmo dia, a Agência de Análise de Riscos Moody's anunciou a decisão de rebaixar o grau de investimento da Grécia, de A2 para A3. De acordo com a agência, há ainda a possibilidade de uma nova redução daqui a três meses.
Ainda ontem, o governo norte-americano anunciou que os preços ao produtor subiram 0,7% em março, acima do esperado pelo mercado, puxado pelo aumento nos alimentos. O núcleo do PPI, porém, que exclui da conta os preços dos alimentos e de energia, teve alta de 0,1%.
Durante a tarde, o presidente do país, Barack Obama, realizou discurso, que sustentou as cotações e impediu queda ainda maior. O dirigente da Casa Branca pediu que o setor financeiro dê respaldo aos esforços para a nova legislação do setor financeiro.
Na sessão de hoje, o governo grego se rendeu ao mercado de crédito e pediu formalmente ajuda financeira ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e à União Europeia, no valor de 45 bilhões de euros (cerca de US$ 60 bilhões). O anúncio acontece pouco antes da viagem a Washington de seu ministro das Finanças, Giorgos Papaconstantinou, que se encontrará no sábado com o diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn.
Em seguida, o mercado conheceu que, em março, os pedidos de bens duráveis caíram 1,3%, puxados pela forte baixa de 69% nos pedidos de aeronaves.
Ainda hoje, o governo americano informou que também em março as vendas de casas novas tiveram alta expressiva, de 27%, e atingiram 411 mil. O resultado ficou muito acima do esperado e animou investidores, que impulsionaram as cotações para os níveis máximos do dia no fechamento.
Depois de acumular cinco altas consecutivas, o índice Dow Jones fechou a semana com +1,7%, aos 11204, 3 pontos. Já o S&P 500 teve alta de 2,10%, aos 1217,28 pontos, ao passo que o Nasdaq subiu 2%, aos 2530, 15 pontos.


Confira os gráficos abaixo:


Dow Jones
SP 500
Nasdaq





Dólar:


Após abrir em alta, o dólar comercial fechou em leve baixa na tarde desta sexta-feira, dia de alta volatilidade e instabilidade dos mercados acionários globais.
Nesta sessão, a moeda norte-americana chegou a atingir máxima de R$ 1,7680, porém, com a indefinição da Bolsa Paulista passou a operar em território negativo, oscilando a direção de operação.
No final do dia, a divisa recuou 0,17% e fechou cotada a R$ 1,7620, na mínima do dia. Veja gráfico abaixo:
Na semana, mais curta e com apenas 4 dias úteis, a moeda recuou em três sessões e fechou estável. No mês, a divisa americana já caiu 1,07% e, no ano, ganhou 1,09%.


Veja o gráfico diário abaixo :


Dólar



Enfoque Informações Financeiras