quinta-feira, 11 de março de 2010

Spinelli apresenta carteira recomenda para março com diversas alterações

SÃO PAULO - Com um reformulação completa, a corretora Spinelli divulgou sua carteira recomendada para março, com dez ações que, segundo os analistas, revelam-se boas opções de investimento para o mês. Segundo ela, a lista foi pautada pelos resultados trimestrais divulgados até o momento.

Os analistas destacam os indicadores econômicos dos EUA divulgados durante fevereiro, que "confirmaram que os principais problemas serão enfrentados no mercado de trabalho e no setor imobiliário". Ainda em relação ao panorama externo, eles chamam a atenção para o equacionamento da situação fiscal da Zona do Euro.

No cenário doméstico, o foco fica com a política monetária. A elevação dos compulsórios em fevereiro foi apontada pela equipe da Spinelli como o evento mais importante do mês, indicando um início de mudança de postura. Contudo, eles apostam em uma elevação da Selic apenas em abril.

A corretora optou pela retirada de quase todos os papéis que compuseram a carteira passada, mantendo a recomendação apenas para a ALL e para a Usiminas. Saíram da lista as ações da Vivo (VIVO4), da Suzano (SUZB5), da Petrobras (PETR4), da Vale (VALE5), da Cosan (CSAN3), do BB (BBAS3), do Itaú Unibanco (ITUB4) e do Pão de Açúcar (PCAR5). Em feveiro, o portfólio recomendado registrou alta de 1,9%, superando a performance do Ibovespa, que registrou valorização de 1,7% no mesmo período.

Confira a carteira:
Empresa Código Preço-alvo Upside* Peso
BM&F Bovespa BVMF3 R$ 15,50 29,2% 10%
Duratex DTEX3 Em revisão - 10%
ALL ALLL11 Em revisão - 10%
Lojas Renner LREN3 - - 10%
Natura NATU3 - - 8%
NET NETC4 - - 10%
OGX OGXP3 - - 12%
Usiminas USIM5 R$ 65,1 14,2% 12%
São Martinho SMTO3 R$ 25,0 51,3% 10%
TIM TCSL4 - - 8%
*Com base na cotação de fechamento do dia 10 de março

BM&F Bovespa
Apesar da perspectiva de elevação dos custos da companhia, por conta dos maiores gastos com tecnologia e despesas administrativas, a corretora se mostra otimista em relação a manutenção dos altos volumes negociados nas bolsas e a valorização dos ativos. Destaque para o aumento da participação no CME group, "que trará benefícios futuros em termos de troca de tecnologias e acesso a transações diretas de alta velocidade".

Duratex
Animados com resultado do quarto trimestre, analistas apontam como indicadores de um bom desempenho em 2010 as eficiências causadas pela unificação de Duratex e a Satipel, as expectativas do crescimento da economia brasileira, a desoneração de tributos para indústria moveleira, que já deve impactar os resultados do primeiro trimestre, e o projeto “Minha Casa, Minha Vida”, que deve manter o setor de construção aquecido.

ALL
Apesar da fraca performance em 2009, a corretora decidiu manter a recomendação as ações devido a sua percepção de um cenário mais positivo para a companhia em 2010, no que ela acredita que será acompanhada pelo mercado após a teleconferência, "que já mostrará a melhora esperada devido ao aumento da safra agrícola no país e perspectivas mais positivas em termos de yield". 

Lojas Renner
"Acreditamos que o setor de varejo deverá se destacar esse ano", revela a Spinelli, justificando sua recomendação para a companhia, que pretende investir R$ 140 milhões em 2010, mais que o dobro investido em 2009, focando em infraestrutura, logística e reformas das unidades. "A empresa espera obter a licença do Banco Central para abrir um banco próprio e poder operar como financeira", destaca.

Natura
A estratégia da Natura de redução de despesas, investimentos em marketing e lançamentos de novos produtos , deverá contribuir positivamente para os seus próximos resultados, apontam os analistas. A companhia está apostando no crescimento econômico brasileiro para os próximos anos e na evolução do mercado de cosméticos, fragrâncias e higiene pessoal. "O fim das despesas com a desativação da operação EUA também é positivo", destacam.

NET
Apesar da perspectiva de acirramento da concorrência no setor no médio prazo, as projeções no horizonte mais próximo são animadoras, revela a corretora. "Desempenho operacional será o driver para fazer com que as ações da companhia, que recuaram no início do ano, recuperem valor". 

OGX
Mais nova integrante do Ibovespa, o relativo sucesso da OGX em sua campanha exploratória tem contribuído para reduzir seu risco de execução percebido, autorizando avaliações mais favoráveis para as perspectivas da companhia, aponta a corretora. "Com R$ 7,8 bilhões em caixa, a companhia já tem disponíveis os recursos para financiar todo o capex de exploração, bem como a produção inicial, esperada para o início de 2011, e a exploração de novas oportunidades de aquisição".

Usiminas
Em relação às operações e resultados de 2010, apontam os analistas, a companhia adiantou que opera hoje com 88% da capacidade, que espera crescimento de 20% nas vendas de aços planos neste ano. Além disso, ainda haveria espaço para aumento de margens em função de melhoras adicionais de mix e reduções de custos, embora a empresa reconheça ser bastante difícil o retorno a um patamar de 35% de Margem Ebitda, fruto de um cenário econômico passado bastante otimista e atípico.

São Martinho
"A companhia adiantou que já possui 45% do volume de produção de açúcar para a próxima safra “hedgeado”, razão pela qual esperamos a sustentação das elevadas margens ao longo do próximo exercício, mesmo na eventualidade de recuo nos preços, o que no momento apresenta-se como cenário de menor probabilidade", escreve a Spinelli.

TIM
A substituição das ações da Vivo pelas da TIM no portfólio de março é justificada pelos resultados divulgados pelas duas empresas. "Apesar da Vivo ter apresentado um bom resultado, mas forte crescimento do tráfego foi decorrente de promoções de tarifas", explica a corretora, que vê melhores fundamentos na concorrente.