São Paulo, 12 - A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) reduziu hoje sua meta para a Oferta de Pública de Ações (OPA) pela portuguesa Cimpor, mas ainda não abriu mão de conquistar o controle da empresa, segundo uma fonte próxima à siderúrgica. Segundo informou a CSN hoje, a OPA está subordinada à compra de pelo menos um terço do capital social da Cimpor mais uma ação, enquanto a proposta anterior condicionava a oferta à compra de 50% mais uma ação.
A princípio, isso indicaria que a empresa está disposta a abrir mão de comprar o controle da Cimpor, mas segundo a fonte a empresa ainda está de olho na fatia comprada recentemente pela Votorantim na cimenteira portuguesa."Se a CSN tiver um sucesso grande na OPA, a Votorantim pode optar por vender sua participação porque não tem interesse em ser minoritária do Benjamin Steinbruch", disse um fonte.
A Votorantim comprou uma fatia de 17,28% da Lafarge na Cimpor no último dia 3. A Votorantim pagará por estas ações com fábricas no Brasil que serão transferidas para a Lafarge. No entanto, o acordo da Votorantim na Cimpor está condicionado ao desfecho da OPA da CSN. Isso significa que a Votorantim pode sair do negócio caso a CSN tenha sucesso na OPA com os outros acionistas da Cimpor. Segundo a fonte, a Votorantim poderia aderir à OPA da CSN, dar este dinheiro para a Lafarge e não entregar as fábricas no Brasil, abrindo mão da Cimpor. "A Votorantim pode voltar à estaca zero", disse.
Caso consiga comprar um terço mais uma ação do capital da Cimpor, a CSN será o maior acionista da empresa, mas ainda precisaria contar com o apoio dos outros acionistas para tomar decisões. "A CSN poderia até nomear o presidente mas teria que conviver à mesa com outros acionistas", afirmou a fonte. Além de ter reduzido sua meta de participação na companhia, a CSN informou também o aumento da oferta por ação de € 5,75 para € 6,18. O preço ainda é inferior aos € 6,50 por ação pagos pela Camargo Corrêa ao acionista Teixeira Duarte por fatia de 22,17% na Cimpor. Há instantes, as ações da Cimpor estavam cotadas a € 5,8 por ação na Bolsa de Lisboa.
Segundo informações obtidas pela Agência Estado, o negócio fechado pela Camargo Corrêa não está condicionado à oferta da CSN e por isso a participação comprada pela empresa já é dada como perdida pela siderúrgica. Depois de comprar a fatia de Teixeira Duarte, a Camargo comprou também 6,5% da Bipadosa, chegando a uma participação total de 32% na Cimpor. "A Camargo já está grávida e não volta mais. Mas a Votorantim ainda pode vender sua parcela", informou a fonte.
(Natalia Gómez)