Por: Thiago C. S. Salomão
15/11/10 - 19h42
InfoMoney
15/11/10 - 19h42
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Entre todas as carteiras publicadas pela InfoMoney em novembro, nesta compilação apenas não foram considerados os portfólios com sugestões de ações que tenham perspectiva de pagamento de proventos.
Vale: 11 meses na liderança
Os ativos preferenciais classe A da Vale (VALE5
Em meio à temporada de resultados, a mineradora divulgou no dia 27 de outubro seu balanço referente ao terceiro trimestre do ano, período no qual ela teve um lucro líquido recorde de R$ 10,6 bilhões, 253% maior do que os ganhos reportados nos mesmos três meses de 2009, batendo também a média das projeções compiladas pela InfoMoney. Esse lucro trimestral ficou 33% acima do último recorde, visto no segundo trimestre de 2008, além de também representar mais da metade dos ganhos acumulados em 2010 (R$ 20,068 bilhões).
Segundo a equipe da Brascan Corretora, o resultado do terceiro trimestre da Vale reforçou as impressões positivas dos analistas para a companhia. A força do mercado de minério de ferro, que apresentou geração de caixa maior em 59% comparado com o trimestre anterior, e a recuperação de 5,4 pontos percentuais na margem Ebit (receita líquida/ lucro antes dos juros e impostos) fortaleceram o otimismo do time da corretora com o papel VALE5.
Além disso, a expectativa da Brascan é de que a empresa mostre uma evolução ainda maior nos últimos três meses do ano, refletindo uma alta nos volumes e nos preços de alguns metais, como o cobre e o níquel, e também um maior ganho de eficiência operacional de processamento de níquel.
Quem também enxerga um horizonte positivo para a mineradora é a equipe da Itaú Corretora. Segundo relatório assinado pela analista Cida Souza, o desempenho atual da companhia reiterou o otimismo em relação aos resultados a serem reportados no próximo ano. "Mantemos as ações da empresa como nossas preferidas dentro do universo de commodities", afirma Cida, que projeta um preço justo de R$ 59 para os ativos VALE5 ao final de 2011 - upside de 18% em relação ao fechamento da última quinta-feira (11).
Já a Planner Corretora acredita que, embora a força do resultado recente da Vale possa deixar a empresa "acomodada" para o restante de 2010, o papel continua bastante atrativo, por conta da sua exposição ao mercado chinês, "que sempre traz muito dinamismo aos negócios em Bolsa". Por fim, o time de analistas da Planner considera que os ativos permanecem subavaliados pelo mercado, o que pode ser atribuído "à questão do mandato de seu diretor presidente Roger Agnelli, que se encerra em 2011".
Além do resultado divulgado, a Vale também virou manchete no dia 18 de outubro, após Agnelli descartar um novo aumento na oferta de compra das ações da Paranapanema (PMAM3). No início de setembro, a Vale havia realizado uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) pelas ações da Paranapanema mas, como não alcançou a adesão mínima suficiente, a oferta foi recusada. A expectativa, após o ocorrido, era que a Vale aumentasse sua proposta, o que acabou sendo descartado por Agnelli. "Nós oferecemos, eles não aceitaram. Então, pronto”, disse o presidente da companhia.
Ação | Recomendações |
---|---|
Vale PNA | 20 |
Petrobras PN | 14 |
Itaú Unibanco PN | 12 |
OGX Petróleo ON | 11 |
Pão de Açúcar PNA | 10 |
Tractebel ON | 8 |
Gerdau PN | 8 |
PDG Realty ON | 7 |
Bradesco PN | 7 |
Cosan ON | 7 |
Lojas Americanas PN | 6 |
Vivo PN | 6 |
Voltando a figurar entre as três ações mais recomendadas pelos especialistas do mercado, os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) estiveram presentes em 14 carteiras de bancos e corretoras. Essa volta das ações às carteiras recomendadas deve-se sobretudo à conclusão de seu processo de capitalização, que chegou ao final em outubro.
Vale mencionar que, após o término de sua oferta de ações - a maior da história -, os ativos da estatal sofreram cortes de recomendação por diversos analistas. Os principais motivos giravam em torno da diluição provocada pela grande quantidade de ativos ofertados ao mercado e do alto prêmio com que estes papéis estavam sendo negociados. O risco político, decorrente das eleições presidenciais, também pesaram sobre a sugestão dada por bancos e corretoras.
"Como já estava previsto, os analistas revisaram para baixo seus preços alvos de modo a refletir a forte diluição dos resultados (também esperada), em função do expressivo aumento de 48,7% da base acionária que passou de 8,77 bilhões de ações para 13,04 bilhões", disse a Planner em relatório. Contudo, a corretora afirma que os bons fundamentos da petrolífera permanecem inalterados, o que pode trazer uma melhor precificação para os seus papéis, caso as futuras reservas do pré-sal consigam uma rentabilidade adequada.
Outro ponto que colabora para que o ativo volta a ser alvo de recomendações é a forte desvalorização que ele já sofreu em 2010 - até o fechamento da última quinta-feira, os papéis preferenciais da empresa acumulavam perdas de 25,2%. Segundo o Banco Safra, as cotações atuais oferecem uma boa oportunidade de entrada no investimento.
Ainda sobre o assunto pré-sal, vale a pena destacar o comunicado enviado pela Petrobras ao mercado no último dia 22, afirmando que a conclusão da perfuração do poço 3-BRSA-854-RJS confirmou o potencial da área de Tupi, estimado entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente. "[O poço] comprova que a acumulação de petróleo não só se estende até o extremo sul da área do Plano de Avaliação de Tupi, como também que a espessura do reservatório com óleo chega a cerca de 128 metros", disse a estatal.
Itaú Unibanco completa o pódio
Descendo um degrau em relação a outubro, as ações preferenciais do Itaú Unibanco (ITUB4) aparecem como a terceira mais recomendada do mês, sendo vista em 12 das 29 carteiras compiladas. Boa parte dessas sugestões estavam relacionadas ao resultado trimestral do banco, que foi divulgado no dia 3 de novembro. O balanço mostrou que o lucro líquido da instituição somou R$ 3,03 bilhões entre julho e setembro, cifra que, embora tenha sido 33,8% maior do que o número reportado no mesmo período de 2009, ficou abaixo do que esperavam os analistas.
Apesar de não ter empolgado grande parte dos analistas, os números foram considerados sólidos por boa parte dos avaliadores. OUBS, por exemplo, elevou o preço-alvo esperado para as ações ao final de 12 meses, indo de R$ 44,10 para R$ 55 - upside de 31% em relação ao fechamento de quinta-feira -, revisando também a recomendação do ativo, que passou de neutra para compra, segundo relatório assinado por Alcir Freitas.
Já o Bank of America Merrill Lynch como uma de seus top picks do setor financeiro da América Latina. Vale ressaltar que ambas as instituições não participaram da compilação feita pela InfoMoney.