BERTIN VAI ASSUMIR O CONTROLE DA INFINITY BIO-ENERGY
Produtora de açúcar e álcool está em recuperação judicial, com dívida de mais de R$ 700 milhões.
O Grupo Bertin vai assumir o controle da produtora de açúcar e álcool Infinity Bio-Energy Brasil, que está em recuperação judicial. O acordo, assinado há alguns dias, deve ser divulgado hoje. A Infinity tem atualmente cinco usinas em operação, e sua dívida supera os R$ 700 milhões. O plano de recuperação judicial da empresa, aprovado em dezembro, já previa a entrada de novos sócios ou a venda de ativos.
O Bertin fundiu no ano passado suas operações de alimentos e lácteos com a JBS Friboi, criando a maior empresa de carnes do mundo. Mas manteve algumas operações separadas, como a área de biodiesel, a de construção e a de infraestrutura. Com a Infinity, a produção de álcool ganha mais força dentro do grupo, que já é sócio da Usina São Fernando, em Mato Grosso do Sul.
No final de fevereiro, a Agência Estado informou que a Infinity preparava um aumento de capital de R$ 180 milhões, operação que seria avaliada em uma assembleia geral extraordinária de acionistas marcada para 22 de março. Os R$ 180 milhões de aumento de capital correspondem exatamente ao valor líquido que a companhia pretendia receber pela venda da Usina Naviraí (Usinavi), em Mato Grosso do Sul, ou ainda a ser obtido por meio de um empréstimo, pelo qual a usina seria dada como garantia. A Usinavi foi a única das cinco usinas controladas pela Infinity que não foi dada como garantia aos credores que aprovaram o plano de recuperação.
A usina tem capacidade de moagem de 3,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, é a maior unidade industrial da Infinity no País e foi a primeira adquirida pela companhia, em setembro de 2006. Antes mesmo da aprovação da recuperação judicial, a Infinity já negociava a venda da usina.
POLO
Além da Usina Naviraí, a Infinity criou um polo nas divisas de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo, com três unidades em operação Alcana, Cridasa e Disa e ainda possui a Usina Paraíso, em São Sebastião do Paraíso, no Sul de Minas.
O plano de recuperação judicial da previa, além de uma reestruturação e da venda de ativos, o pagamento de dívidas de valores iguais ou inferiores a R$ 1,5 mil logo após a homologação do acordo. Os credores com garantias reais serão pagos em dez anos, com o desembolso previsto para começar cinco anos após a homologação judicial. Os redores trabalhistas devem ser pagos em até um ano. Para os credores que não possuem arantias está previsto um desconto de 50% no valor de seus créditos e opção pelo recebimento em dez anos e meio, ou em cronograma de pagamentos mensais (O Estado de S.Paulo, 0/3/10)